Julliana Martins

No momento de crise que vive o mercado editorial, sobrevivem editoras pequenas que apostam em um modelo de curadoria com publicações segmentadas para cada público. A alta do movimento artesanal – que atinge setores como alimentação e decoração – também favoreceu a consolidação desse modelo de negócios, baseado em equipes compactas e canais de venda alternativos às grandes livrarias, estrutura de editoras como Ubu, Chão, Pólen, Matrix e Clepsidra.

Série histórica da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que o número de livros vendidos de 2014 a 2018 encolheu 27% – são 74,7 milhões de exemplares a menos no mercado brasileiro, dando uma mostra da crise que assola o setor. Junto a isso, um movimento de migração levou ex-editores do mercado tradicional a empreenderem com editoras independentes. É o caso da Florencia Ferrari, que, após o fechamento em 2015 da Cosac Naify, onde trabalhou por 13 anos, abriu a Editora Ubu, em sociedade com a designer Elaine Ramos.

A produção é focada em “fundos de catálogo” – livros que sempre vendem, atemporais – e é escoada por meios alternativos, tirando a dependência quase total das livrarias. No caso de grandes editoras, em geral 80% do faturamento vêm das grandes lojas. Na Ubu, elas respondem por 60% do faturamento, enquanto 20% vêm do site próprio e 20%, de feiras e eventos.

 

Florencia Ferrari, fundadora da Ubu Editora. Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo Florencia, um dos segredos é evitar estrutura inchada e organizar a demanda. “O maior desafio é encontrar o equilíbrio mágico entre o volume de exemplares impressos e a quantidade vendida. O ideal é conseguir imprimir a tiragem máxima que seríamos capazes de vender em um ano. Nem mais, nem menos. E o segredo é não aumentar a estrutura interna, se desdobrar para produzir mais e melhor dentro dessa lógica”, afirma.

Leia a matéria na íntegra no site do jornal O Estado de S.Paulo

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